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Um rotor de helicóptero que permita, por qualquer meio, o movimento de batimento, ao começar a deslocar-se para a frente terá a seguinte tendência como conseqüência da dissimetria de sustentação: a) Rolar
para o lado da pá que recua |
DISSIMETRIA
DE SUSTENTAÇÃO – VERSÃO SIMPLIFICADA Uma das
diferenças entre o avião e o helicóptero (a principal delas, aliás)
é o fato de aviões precisarem de uma velocidade mínima para frente
enquanto helicópteros fazem pairado, voam para os lados e para trás, o
que representa um grande charme e torna este tipo de aeronave tão rico
em possibilidades de emprego. No avião,
a sustentação é gerada por uma asa que corta o ar com uma certa
velocidade produzida pela tração de uma hélice ou pelo empuxo de um
jato. No
helicóptero, o rotor (asa) é acionado mecanicamente em rotação e,
desta forma, mesmo com a aeronave parada no ar, já há sustentação
porque a asa (rotor), girando, produz as reações aerodinâmicas necessárias
para permitir o vôo. É,
inclusive, por isto que helicópteros são também chamados de aeronaves
de asas rotativas enquanto os aviões são conhecidos como aeronaves de
asa fixa. Mas,
voltando ao que interessa... Quando
o helicóptero se encontra em vôo pairado, tudo se passa de uma forma
bem comportada, uma vez que, em qualquer ponto da trajetória de cada
uma das pás do rotor principal, a velocidade do perfil aerodinâmico em
relação ao ar é igual. A força de sustentação é função da
velocidade ao quadrado (v2). Como a velocidade é
igual, a sustentação é igual em qualquer ponto e pode ser considerada
como se fosse aplicada no centro do disco do rotor. Quando
o helicóptero começa a deslocar-se para frente, a velocidade para
frente se soma vetorialmente à velocidade de rotação. Considerando um
helicóptero cujo rotor gire no sentido horário, visto de cima, e que
ele esteja andando reto e nivelado, a velocidade de deslocamento tem
direção constante. Já a velocidade de rotação terá uma direção
diferente em cada ponto da trajetória circular que cada uma das pás
descreve. Neste
nosso helicóptero, enquanto a pá do rotor está do lado esquerdo, ela
é chamada de “pá que avança” e, quando, durante a rotação, ela
passa para o lado direito, ela passa a chamar-se “pá que recua”. Logicamente,
a pá que avança tem a sua velocidade de rotação somada à velocidade
de deslocamento, enquanto a pá que recua tem a sua velocidade de rotação
diminuída do valor correspondente à velocidade de deslocamento. Podemos
tirar uma primeira conclusão... Quando
o helicóptero se desloca para frente, aparece uma dissimetria de
velocidade; A velocidade da pá alcança um valor máximo quando passa
pelo lado esquerdo e um valor mínimo quando passa pelo lado direito. A
segunda conclusão é: Se a
sustentação varia proporcionalmente ao quadrado da velocidade,
aumentando a velocidade, aumentará a sustentação, certo? Certo! Portanto,
se a velocidade é máxima do lado da pá que avança e mínima do lado
da pá que recua, a sustentação também será máxima do lado da pá
que avança e mínima do lado da pá que recua, certo? Certíssimo! Assim,
fica muito fácil fechar o raciocínio e chegar à conclusão final... Se,
quando o helicóptero se desloca para frente, a sustentação é máxima
do lado da pá que avança e mínima do lado da pá que recua, é óbvio
que a conseqüência do deslocamento para frente é uma tendência de
rolamento para o lado da pá que recua, certo? ER-RA-DO!!! Acontece
que rotores funcionam como giroscópios! Giroscópios
possuem duas características interessantes... RIGIDEZ e PRECESSÃO. A
rigidez é a característica que faz com que o giroscópio tenda a
manter o plano de rotação. A
precessão, que é o que nos interessa, é a característica do giroscópio
que faz com que o efeito de uma força aplicada em um ponto aconteça
com um retardo de noventa graus. Logo, se a força é máxima a noventa
graus à esquerda, o efeito se dará noventa graus à frente, ou seja,
exatamente na frente do helicóptero. E, se a força é mínima a
noventa graus à direita, aqui também o efeito, dando-se com noventa
graus de atraso, far-se-á presente atrás do helicóptero. Assim,
a conclusão correta é: Quando
um helicóptero, que permita, por qualquer meio, o movimento de
batimento das pás do rotor principal, começa a deslocar-se para
frente, aparece uma dissimetria de velocidade que produz, como conseqüência,
uma dissimetria de sustentação que, devido à precessão giroscópica
se traduz por uma tendência de o helicóptero cabrar (tendência de
nariz para cima). Vale
ressaltar que se o rotor gira no sentido anti-horário, a sustentação
máxima será à direita e mínima à esquerda, mas o helicóptero
continua tendo a tendência de nariz para cima. É fácil entender...
Neste caso, a pá que avança está à direita quando a sustentação é
máxima e à esquerda quando a sustentação é mínima. Como o efeito
acontece com noventa graus de atraso, o máximo e o mínimo de batimento
vão acontecer, respectivamente, à frente e atrás como no caso do
rotor que gira no sentido horário. |
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