Compra e venda de Helicópteros A Aerotecnologia poderá ajudá-lo na compra ou na venda da sua aeronave. Consulte-nos! Introdução A compra e venda de aeronaves requer das partes interessadas um conhecimento técnico especializado para que a operação seja bem sucedida. Muito diferente da compra de um automóvel, as aeronaves vão muito além da verificação dos itens de aparência. Uma bela pintura por exemplo, valoriza a aeronave em cerca de 1% do valor nominal. Uma revisão prestes a vencer da parte 3 de um motor pode custar cerca de 20% do valor da aeronave. Portanto é essencial que se tenha um conhecimento técnico do assunto para não ser enganado na hora da compra ou troca da aeronave. Alguns
itens devem ser observados imperativamente. Pela ordem de importância
podemos citar: a)
Controle de potencial. Quanto falta para vencer os componentes
controlados. b)
Rastreabilidade dos componentes controlados. Origem dos componentes
e sua conformidade. c)
Controle da manutenção. Número de horas de célula, motor,
componentes importantes, inspeções realizadas e a vencer, aplicação
dos boletins de serviço mandatórios, etc. d)
Controle da documentação obrigatória. Manual de vôo, programa
de manutenção, documentos obrigatórios de transferência, taxas pagas. e)
A aeronave está autorizada para operação? Qual a classe de operação
que se enquadra esta aeronave? Controle de Potencial Uma
aeronave tem seu preço definido em função do valor total dos
componentes que estão montados sobre ela. O valor dos componentes depende
do seu potencial, ou seja das horas disponíveis. Por exemplo um rotor de
cauda de um helicóptero Esquilo custa cerca de 40 mil dólares e tem um
potencial de 4000 mil horas de uso. Se este rotor já ultrapassou 2000
horas, é evidente que seu preço atual já não será o mesmo. Assim se dá
com todas as peças cujo potencial é controlado. Na
célula existem dezenas de itens controlados. O programa de manutenção
traz uma lista dos itens controlados e seu potencial. O preço da troca ou
revisão deve ser levantado junto aos fornecedores e oficinas homologadas.
O
motor também é um item controlado. Estou agora falando no motor como um
só conjunto. O potencial do motor está relacionado com o potencial dos
seus componentes internos. Entenda, a revisão geral do motor se dá em
quantidade de horas de funcionamento ou de ciclos determinado pelo
fabricante. Além disto, componentes internos do motor podem vencer e sua
troca ser imperativa antes da revisão geral. Normalmente,
os fabricantes procuram determinar os potenciais dos componentes de um
conjunto para que vençam junto com a revisão geral do conjunto. Nem
sempre isto é possível e por esse motivo o sistema de módulos é
amplamente utilizado. Dividimos o componente principal em partes (módulos)
e controlamos os módulos separadamente. Algumas peças destes módulos
também são controladas a parte do módulo e às vezes são substituídas
isoladamente criando assim um potencial diferente em relação ao módulo. Durante
o tempo de vida de uma aeronave, as panes são comuns. Às vezes, trocas
de módulos ou componentes dentro deste modificam o potencial global dos módulos
e isso afeta todo o conjunto. Na
hora da compra de uma aeronave esta cascata deve ser analisada para se
saber o real valor da aeronave pretendida ou pelo menos quando será e
quanto custará a próxima intervenção. Veja abaixo uma lista genérica
de peças controladas sem considerar o preço das revisões. Motor
– normalmente divido em módulos. Cada módulo tem seu controle
independente em relação ao outro. Em cada módulo, componentes
controlados podem forçar a revisão do motor antes do tempo previsto.
Normalmente componentes rotativos do motor têm seu potencial controlado
em horas de funcionamento ou ciclos de operação. Célula
– está divida em sistemas. Cada sistema tem seu controle próprio
independente das revisões programadas da célula. Alguns componentes que
compõem estes sistemas são controlados. Veja abaixo uma divisão
grosseira da célula em função dos principais sistemas. Conjunto
do rotor principal – formado pelas pás, cabeça do rotor e mastro.
Todos os componentes destes conjuntos são controlados em potencial.
Normalmente são peças bastante caras e requerem confirmação de origem
e conformidade (ver item conformidade). Cada pá de um helicóptero
Dauphin custa cerca de 90 mil dólares, por exemplo. Sistema
de transmissão principal – controlada em seus mínimos detalhes a
transmissão principal também é um sistema vital para aeronave. Tem
controle de potencial em todos os componentes rotativos incluindo todos os
rolamentos das árvores e engrenagens. Rotor
de cauda – controlado em seus mínimos detalhes. Os rotores de cauda por
causa da sua natureza de funcionamento no helicóptero, não permitem
falhos. É rigorosamente controlado em potencial e tem custo elevado. Transmissões
intermediária e traseira – da mesma forma que a transmissão principal
são controladas em potencial como conjunto e componentes isolados. Sistema
hidráulico – alguns componentes deste sistema normalmente têm controle
de potencial. Servos comandos, por exemplo, tem horas determinadas para
revisão (TBO – time between overhauls). Uma revisão de servo
dependendo da aeronave pode chegar a 15 mil dólares e a sua troca a 60
mil dólares. Sistema
de combustível – controle da bomba de combustível e da contaminação
do sistema. Sistemas
opcionais – alguns sistemas opcionais instalados podem dar uma idéia de
valorização da aeronave. Tais sistemas se não for ser utilizado pelo
comprador pode se tornar uma fonte de despesas. Da mesma forma que os
componentes principais, alguns opcionais requerem controle de potencial e
revisões programadas. Instrumentos
de painel – não têm um controle rígido de manutenção. Normalmente
funcionam até que uma pane
de funcionamento os leve a oficina de manutenção. Rastreabilidade A
rastreabilidade ou origem dos componentes instalados em uma aeronave é
necessária para se garantir a segurança. Cada peça controlada tem um
documento de registro e controle (log card ou cartão de registro). Este
cartão deve acompanhar a documentação da aeronave, ou seja, a peça ou
componente que está instalado sobre ela. Todos
os itens do log card devem ser claros com respeito a origem da peça ou
conjunto e sua conformidade, nomenclatura da peça, número de série,
data de fabricação, data de instalação, quantidade de horas ou ciclos
contabilizados, e potencial. No log card deve constar a origem da peça.
Se veio de outra aeronave, se foi peça oriunda de um acidente ou se era
uma peça nova. As
peças usadas em uma aeronave devem ser as recomendadas e autorizadas pelo
fabricante. O fato de uma peça estar no mercado comum para vender, nem
sempre significa que ela pode ser usada na aeronave se não estiver
devidamente autorizada pelo fabricante. Um
dos grandes motivos dos custos elevados das peças para aeronaves está
diretamente relacionado com a conformidade dada pelo fornecedor de que
aquela peça foi aprovada para uso específico em aeronave e que deverá
funcionar bem dentro do potencial previsto, respeitados os limites
operacionais. Podemos
citar, por exemplo, o caso de uma pintura não autorizada sobre o rotor de
cauda de uma aeronave. Qualquer técnico sabe que o balanceamento de um
rotor de cauda é feito utilizando-se pesos nos locais previstos pelo
fabricante da aeronave. Pesos nas pontas das pás também são autorizadas
para correções muito pequenas. Valores da ordem de 0,35 g até 1g são
utilizados nestas correções. Hipoteticamente um operador utilizou uma
tinta não autorizada para fazer um retoque de pintura na pá de um rotor
de cauda. Após o balanceamento a aeronave foi liberada para o vôo.
No meio de um vôo de translado a tinta começou soltar causando um
grande desbalanceamento no rotor, colocando todos a bordo em situação de
perigo. Foi necessário um pouso de emergência para solucionar o
problema. Este
quadro poderia ser uma situação real de um operador que para economizar
usou uma tinta comercial para pintar o seu rotor de cauda. A economia com o uso de uma tinta não autorizada poderia ter
causado a perda total da aeronave em questão. Controle de manutenção O
controle de manutenção é obrigatório para toda e qualquer
aeronave. O fabricante determina, através de um programa
recomendado de manutenção, as operações de manutenção que devem ser
cumpridas pelo operador. Os órgãos legais também exigem que seja feita
em oficina autorizada uma inspeção anual
chamada de IAM – inspeção anual de manutenção. Esta inspeção
tem a finalidade básica de verificar se a manutenção prevista foi
cumprida, se todos os boletins mandatórios e recomendados foram aplicados
e se a documentação legal e taxas estão pagas. A
maioria dos helicópteros tem sua manutenção de célula dividida em
etapas que começam a cada 25 horas (para a maioria dos helicópteros) e
seguem com inspeções maiores a cada 100, 500 e 5000 horas
respectivamente. O cumprimento destas manutenções é obrigatório e deve
constar na caderneta de manutenção geral da aeronave e do motor que também
segue critérios parecidos com os da célula. No
caso da compra de uma aeronave, deve-se fazer o levantamento do
cumprimento das inspeções previstas e determinar o próximo tipo de
manutenção a ser feita. Além das manutenções de horas de uso, manutenções
calendáricas por falta de uso também são requeridas para aeronaves
inativas. Controle da documentação obrigatória Alguns
documentos são obrigatórios na aeronave. Manual de vôo, por exemplo,
deve estar dentro da aeronave, estar atualizado com a última revisão do
fabricante e estar personalizado com os sistemas instalados, inclusive os
sistemas opcionais. Documentos
legais, como ficha de controle da última IAM, documentos de propriedade,
Certificado de Aeronavegabilidade, certificado de matrícula e de
nacionalidade, licença estação e taxas pagas, devem ser conduzidos na
aeronave e devem estar em dia. Operação autorizada Quem estar comprando uma aeronave deve ter o cuidado de verificar qual o tipo de operação que está autorizado para a aeronave em questão. Isto é importante porque se a intenção de uso do novo proprietário não é a mesma que o antigo, pode gerar um impedimento neste novo tipo de uso. Isso vai requerer uma transferência junto aos órgãos legais da finalidade de uso da aeronave, o que nem sempre é fácil ou mesmo possível em um tempo esperado. Conclusão Tratar
uma aeronave como se fosse um carro é um erro comum de muitos operadores
ou mesmo empresa que trabalham com o assunto. Ficou evidente que a operação
de um helicóptero é muito cara, isso além do preço de compra. A compra de uma aeronave sem pesar todas as variáveis podem se tornar um prejuízo ao operador. A compra de uma aeronave usada pode ser mais complicada ainda e trazer prejuízos maiores do que se pensa em princípio. É vantajoso quando se tem um uso definido para a aquisição de uma aeronave. A hora de vôo de um helicóptero leve é vendida por cerca de mil dólares. Um helicóptero de 1,5 milhões de dólares pode se pagar em dois anos se tiver uma operação que implique em voar pelo menos 80 horas por mês. "A Aerotecnologia pode ajudar na compra ou venda da sua aeronave. Fazemos avaliações para o comprador ou vendedor. Analisamos a aeronave e determinamos o seu valor real de mercado. Para maiores informações entre em contato conosco". |
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