Motores Alternativos de Aeronaves - 23 |
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Mecanismo de operação da válvula | ||||
Para que um motor alternativo funcione de forma apropriada,
cada válvula deve abrir no tempo certo, permanecer aberta pelo espaço de
tempo requerido e fechar no tempo requerido. As
válvulas de admissão são abertas antes do êmbolo ou pistão atingir o
ponto morto superior, e as válvulas de escapamento permanecem abertas
após o ponto morto superior. Em
um instante particular, contudo, ambas as válvulas são abertas ao mesmo
tempo (fim do escapamento e início da admissão). Esse
claro da válvula permite melhor eficiência volumétrica e mais baixa
temperaturas de operação de cilindros mais baixas. Esse sincronismo das
válvulas é controlado pelo seu mecanismo de operação. O
curso da válvula (distância que a válvula é desalojada de sua sede), e
a duração (tempo que a válvula permanece aberta) são determinados pela
forma do ressalto de came. À parte do ressalto que pouco a pouco dá início ao
mecanismo de operação da válvula é chamado rampa ou degrau. A
rampa é usinada em cada lado do ressalto, para facilitar o contato do
balancim com a extremidade da válvula, reduzindo, dessa forma, a carga de
choque que de outra forma ocorreria. O mecanismo de operação da válvula consiste de um anel ou eixo, equipado com ressaltos, os quais trabalham contra um rolete do tucho. O
tucho, aciona uma haste impulsora que, por sua vez, atua no balancim que
abre a válvula. As molas, que deslizam sobre as hastes das válvulas e,
que são mantidas no lugar pela arruela de retenção da mola e pela
ranhura da haste, fecham cada válvula e, empurram o mecanismo da válvula
na direção oposta, quando o rolete do tucho rola ao longo da baixa seção
do anel de ressalto. |
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Anel de ressaltos | ||||
O
mecanismo da válvula de um motor radial é operado por meio de um ou dois
anéis de ressaltos dependendo no número de carreiras de cilindros. Em um
motor radial, com uma só carreira de cilindros, é utilizado um anel com
dupla curva motriz (ou trilha). Uma, aciona a válvula de admissão; a
outra, aciona a de escapamento. O
anel de ressaltos é uma peça circular de aço, com uma série de
ressaltos ou lóbulos na superfície externa. A superfície desses lóbulos
e o espaço entre eles (sobre o qual o rolete do tucho desliza) é
conhecida como curva motriz. À medida que o anel de ressaltos gira, os lóbulos
provocam o levantamento do impulsor na sua guia, transmitindo dessa forma
a força, através da vareta e do balancim, para abrir a válvula. No
motor radial de carreira simples, o anel de ressaltos é geralmente
localizado entre a engrenagem de redução da hélice e a extremidade
frontal da seção de potência. No
motor radial de duas carreiras de cilindros, um segundo anel de ressaltos,
destinado à operação das válvulas da carreira traseira, é instalado
entre a extremidade traseira da seção de potência e a seção do
compressor. O
anel de ressaltos é montado concentricamente com o eixo de manivelas, e
por ele é acionado a uma razão de velocidade reduzida, através do
conjunto de engrenagens racionadoras intermediarias do anel. O
anel de ressaltos tem dois conjuntos de lóbulos paralelos espaçados na
periferia, sendo, um conjunto para as válvulas de admissão e outro para
as de escapamento. Os
anéis de ressaltos utilizados podem ter quatro ou cinco lóbulos sobre as
trilhas de ambas as válvulas. O
tempo de operação das válvulas, é determinado pelo espaçamento desses
lóbulos e pela velocidade e direção, na qual os anéis de ressaltos são
acionados em relação à velocidade e direção do eixo de manivelas. Os
métodos de acionamento dos cames variam com as diferentes marcas de
motores. O anel de ressaltos pode ser projetados com dentes interno ou
externamente. Se
as engrenagens de redução engrenam-se com a parte externa do anel, ele
irá girar na direção de rotação do eixo de manivelas. Se o disco for
acionado pelo lado interno, o anel de ressaltos irá girar na direção
oposta a do eixo de manivelas. Um
estudo mostrará que um anel de quatro lóbulos pode ser usado tanto nos
motores de sete quanto nos de nove cilindros. Nos motores de sete
cilindros, irão girar na mesma direção do eixo de manivelas e, nos de
nove cilindros, na direção oposta. Nos
motores de nove cilindros, v espaçamento entre cilindros é de 40° e a
ordem de fogo é 1-3-5-7-9-2-4-6-8. Isso significa que há um espaço de
80° entre os impulsos de ignição. O espaçamento nos quatro lóbulos do
anel de ressaltos é de 90°, que é maior que o espaçamento entre
impulsos. Dessa
forma, para se obter a relação adequada entre a operação das válvulas
e a ordem de fogo, é necessário acionar o anel em oposição à rotação
do eixo de manivelas. Utilizando
o anel de ressaltos de quatro lóbulos nos motores de sete cilindros o
espaçamento entre a ignição dos cilindros será maior que o espaçamento
dos lóbulos do anel. Com isso, será necessário que o anel tenha rotação
na mesma direção que a do eixo de manivelas. A
fórmula que algumas vezes é utilizada no cômputo da velocidade do anel
é: velocidade do anel de ressaltos = 1/2, pelo número de lóbulos em
cada curva motriz. "Metade"
(1/2) é a velocidade na qual o anel funcionaria se fosse equipado com
apenas um lóbulo para cada válvula. É dividida pelo número de lóbulos,
o que determinará o quanto a velocidade terá que ser reduzida. Em
um motor radial de duas carreiras, com 14 cilindros, e que possuem sete
cilindros em cada carreira, o mecanismo das válvula pode consistir de
dois conjuntos separados, um para cada carreira. Poderia
ser considerado como dois motores de sete cilindros atrelados, tendo os
impulsos de ignição espaçados ou com folga apropriada. Por exemplo, num
motor de duas carreiras, dois anéis de ressaltos de quatro lóbulos podem
ser utilizados. Os
anéis são acionados, por engrenagens ligadas ao eixo de manivelas por
meio dos dentes de engrenagens, na periferia do anel) de ressaltos. |
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Fonte: Manual de Mecânico de Manutenção Aeronáutica - Grupo Motopropulsor - DAC. Fotografias, acréscimos ao texto original e notas - Marcos Ramon da Silva. | ||||
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