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Tecnologias Aplicadas à Cabeça do Rotor
Tecnologias Aplicadas à Cabeça do Rotor
Os novos
desenvolvimentos concentraram-se no emprego de mancais secos autolubrificantes, de
rótulas elastoméricas, de barras flexíveis e de amortecedores visco-elásticos,
conforme descrito a seguir:
Mancal Seco Autolubrificante
O mancal seco autolubrificante é
utilizado nos projetos de cabeças de rotores modernos para substituir os rolamentos
mecânicos, eliminando completamente a necessidade constante de lubrificação.
São buchas antifricção, feitas em
materiais tal como o teflon que suporta pressões elevadas e possui baixo coeficiente de
atrito.
São utilizados principalmente nas
articulações que possuem baixa velocidade linear de deslocamento, como as articulações
de arrasto que possuem pequena amplitude de movimento, como é o caso da cabeça de rotor
do helicóptero Gazelle, ou em articulações de passo que forem projetadas com pequeno
diâmetro.
Rótula Elastomérica
Um bloco de elastômero,, ao ser
submetido a uma carga de compressão e de cisalhamento, tem tendência a se tornar
instável, perdendo o paralelelismo das faces (figura 1-19 (a)).
Mas ao se construir um sanduíche de
lâminas metálicas intercaladas por finas camadas de elastômero, as propriedades de
deformação em cisalhamento do bloco permanecem inalteradas, melhorando a capacidade de
suportar cargas elevadas em compressão e em cisalhamento (figura 1-19 (b)).
A rótula elastomérica, também
chamada de mancal esférico laminado, utiliza o princípio físico desses mancais
lamificados, e foi especialmente projetada para ser utilizada nos projetos de cabeças de
rotores modernos, com a finalidade de substituir os rolamentos mecânicos (figura 1-19
(c)).
Ela é formada por calotas esféricas
em aço montadas umas sobre as outras e intercaladas por camadas de elastômero, fazendo
uma montagem do tipo sanduíche.
Nota 1: O elastômero é uma borracha com características especiais de elasticidade em
cisalhamento e de rigidez em compressão, e com capacidade para manter estes parâmetros
constantes e invariáveis com a temperatura, pressão ambiente e umidade.
(a) Bloco de elastômero
homogêneo - Instabilidade Geométrica
A carga
de trabalho e os custos de manutenção da cabeça foram também reduzidos com a
introdução da rótula elastomérica, porque este tipo de peça passou a permitir que a
inspeção visual da sua aparência externa no pré-vôo fosse suficiente para avaliar o
seu estado geral, deixando portanto de ser substituída apenas pelo critério tempo de
uso.
Uma excelente característica dessa
peça é que, mesmo submetida às elevadas cargas oscilatórias, a sua vida em fadiga é
muito elevada e por trabalhar em compressão, a sua falha não é catastrófica, pois tem
a tendência de esmagar o elastômero contra as conchas metálicas.
Além de permitir os movimentos de
batimento, de avanço e recuo e de passo, a rótula é rígida em compressão, ou seja, o
raio do seu centro de articulação não se altera mesmo quando estiver sendo submetida
aos elevados esforços centrífugos.
Barra Flexível
A barra flexível também é utilizada
nos projetos de cabeças de rotores modernos para substituir os rolamentos, criando
articulações virtuais de batimento, de avanço e recuo e de passo.
A figura 1-20 apresenta um exemplo de uma barra
flexível que, ao flexionar, cria uma excentricidade equivalente de batimento. Esta
articulação virtual tem o mesmo comportamento dinâmico de um rotor com articulação
mecânica convencional, como se houvesse uma mola de elasticidade K
restringindo os seus movimentos.
Nota 2: Para avaliar o estado geral de uma peça metálica,
uma simples inspeção externa não é suficiente. São necessários dispendiosos exames
com raio X e/ou líquido penetrante, além da análise de especialistas.
Figura 1-20 Articulações
Virtuais em Barras Flexíveis (flexible beam)
Considerando
que os movimentos são oscilatórios e os esforços são muito elevados, a peça flexível
deve ser construída com um material que tenha boa vida em fadiga.
O material composto fibra de
vidro-resina e o metal titânio são aqueles que possuem as melhores características de
vida em fadiga. A cabeça de rotor do helicóptero Esquilo possui braços flexíveis em
fibra de vidro e o helicóptero Lynx possui braços flexíveis em titânio.
Além disto, as barras flexíveis não
devem se deformar em tração nem alterar significativamente o raio de curvatura na
região da articulação virtual, em todas as condições de variação de peso, de fator
de carga e de aplicação de potência.
Amortecedores Visco-elástico.
O amortecedor visco-elástico, também
chamado de adaptador de freqüência, é um sistema que utiliza as propriedades elásticas
e de histerese de uma borracha especial à base de silicone para substituir os
amortecedores hidráulicos tradicionais (figura 1-21).
O amortecedor hidráulico tradicional,
ao ser ligado a um sistema (pá que avança e recua, trem de pouso ou suspensão de
automóveis) que está oscilando, tem a capacidade de retirar energia do movimento
oscilatório, reduzindo a sua amplitude, porque o fluido hidráulico é obrigado a passar
através de orifícios calibrados localizados no êmbulo, gerando atrito viscoso.
Quanto maior a velocidade do movimento
oscilatório, maior será a perda de energia por atrito hidráulico através dos
orifícios (figura 1-21 (a)).
O coeficiente de amortecimento C é um
parâmetro característico de cada amortecedor e é a constante de proporcionalidade entre
a força de amortecimento que se opõe ao deslocamento e à velocidade do movimento, ou
seja, Famortecimento. = - C * Velocidade.
(a) Amortecedor Hidráulico
(b) Amortecedor Visco-elástico
Figura
1-21 Amortecedores Visco-elásticos
Quanto ao
amortecedor visco-elástico, as camadas de elastômero trabalham em cisalhamento entre as
partes rígidas que se movimentam uma em relação a outra, ao serem solicitadas pelos
movimentos da articulação de avanço e recuo. O módulo de cisalhamento do elastômero
fornece o efeito de mola K e a histerese interna do material o efeito de
amortecimento C desejado (figura 1-21 (b)).
As vantagens em se usar
amortecedores visco-elásticos são:
a simplificação e a facilidade em obter as
características pouco dispersas e constantes com o tempo de uso;
as características de degradação progressiva e
perfeitamente detectável por simples inspeção visual do elastômero; e
o uso em projeto do conceito de troca da peça em
função do seu estado geral, abandonando-se o conceito de troca por tempo de vida
independentemente do estado da peça.
Nota 3:
O efeito de mola pode ser visualizado pela tendência do sistema, após ser
solicitado em compressão ou tração, de retornar sempre ao ponto de repouso original.